Pode me chamar de Mamãe...

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Perdão, V

Carta aberta ao Passado, porque a cura vem da exposição da ferida. 

V,

Eu sempre quis ter essa conversa com você no intuito de entender tudo aquilo que passamos juntos. Sabe, eu te amei muito e esse foi meu erro. Eu me entreguei a você enquanto na verdade deveria ter me entregado a Cristo. Foi difícil e doloroso o tempo em que estivemos juntos. Eu te machuquei muito e você também me machucou em igual intensidade. Mas hoje eu decidi te pedir perdão. Do fundo da minha alma quero pedir perdão por ter sido agressiva e incompreensível contigo, mas principalmente quero te perdoar.

Valério, eu te perdoo por todas as traições a que você me submeteu, te perdoo pelas agressões psicológicas e físicas que você me fez passar. Te perdoo por não me amar da forma como eu gostaria de ser amada. Te perdoo pelas vezes que você me rebaixou a nada e que me fez duvidar da minha capacidade intelectual. Te perdoo por me fazer sentir o abandono, que doeu demais. Afinal, você jamais conseguiria suprir o que estava dentro de mim.

Eu te perdoo por ter jogado fora tudo aquilo que te entreguei ao dar meu coração. Eu te perdoo porque você não sabia o que fazer com a intensidade do amor que eu tinha pra oferecer naquele tempo.

Eu te perdoo por zombar do meu Deus e por fazer me sentir tão sozinha e pequena na vida. Por ter me menosprezado a ponto de ferir o que eu tinha de melhor em mim. Eu te perdoo por ter me levado ao fundo do poço. Por ter quebrado e me feito passar por cima de princípios importantes pra mim.

Eu te perdoo por não ter valorizado a cumplicidade e a intimidade que tínhamos. Eu te perdoo por ter acabado com a minha vaidade e por me fazer sentir feia e desprezível.

Escrito em algum momento anos atrás. 

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