Pode me chamar de Mamãe...

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Uma Carta ao Passado...

Caro Passado,

Eu te amei como quem ama a si mesmo e te larguei como quem larga a roupa velha no canto do armário. Te peço perdão todos os dias, perdão porque sinto falta de mim...De quem eu era com você.Da alegria que não cessava em meu coração, da esperança que eu tinha de formar contigo uma família. 

Sim, eu deixei tudo isso para trás porque acreditei e acredito ainda que estar contigo não me faria tão feliz, pois uma grande parte de mim estava sendo renunciada na sua presença. Mal sabia eu...Que outra grande parte minha, você carrega contigo... Amo a lembrança que você se tornou para mim. Amo também o fato de te ver prosperar mesmo que distante de mim, porque mais do que eu acreditava em mim, acreditava em você. E ainda acredito, sei que vai chegar lá.

Gostava ainda, do fato de você nada me cobrar, sempre me apoiar e me lembrar de que a vida deveria ser leve, descompromissada. Sei que nisso, eu vivia estressada. Ainda sou assim, confesso.  Não consegui largar esse vício que é ser corrida, atrapalhada e preocupada com o amanhã.

Mas você, ah você é quem vive bem, preocupa com o hoje, vive o hoje, tem rugas de acordo com o que vive. Com toda certeza envelhecerei e envelheci mais rápido, devo ter muitas rugas escondidas no olhar, por medo, insatisfações e estresse. Juro, queria não ser assim, queria ser aceita como realmente sou, mas até mesmo quem um dia disse que eu era diferente e que me aceitava assim, não foi capaz de tal feito. 

Foi uma fase difícil e ruim, doeu como, provavelmente, meu abandono te doeu também. Me perdoe. Me perdoe por abandonar a pessoa errada. Não era você que eu deveria ter deixado, mas ele. Sim! Essa eu, passageira... Foi devastadora não só para você, mas para mim. Porque meu eu julgador estava cego, com vícios e  impedido. Não tinha como julgar com imparcialidade, sem pressão, despreocupada. Quis eu atropelar as fases... E cá estou, novamente atropelando outras fases. 

Quero tudo rápido, para ontem, estrutura, dinheiro, família, casa, comida, conforto... De nada adianta isso sem segurança. Segurança essa que jamais terei novamente... Porque a parte que ficou com você foi onde a segurança se achava. Não me perdoo por me destruir dessa maneira...

Por estar com alguém, amar essa pessoa e não conseguir me sentir segura com nada. Comigo mesma, com as situações, com as promessas, com o sentimento. Por ter medo 100% do tempo, de sentir que pode estar errando bruscamente de novo - errando no sentido de mergulhar num sentimento e esperar dele um retorno. Por achar que jamais vou conseguir ser aquela pessoa tão admirada por todos novamente, admirada pela índole, por seus preceitos e valores - que por ventura, acho que um dia fui. Talvez também seja um equívoco meu, vai saber?!

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A impressão que tenho sobre mim é de nem segurança sobre a minha pessoa consigo transferir. Então, eu me pergunto, mi bebe, será que vou conseguir passar isso a você um dia? 

Essa carta, não foi escrita para você, mi bebe, mas para pessoas em um certo contexto. Não foi proposital, só surgiu de repente como um clarão. Tudo o que na gente se contém, uma hora tem que ser liberado (como eu não tenho ido na psicóloga, por motivos óbvios - AOB - eu acabo escrevendo) .

PEÇO PERDÃO AINDA. A pessoa que amo, talvez essa pessoa fique insegura ao ler tudo isso, mas não fique, continuo te amando. Falar sobre o que passou não quer dizer que sinto saudades das pessoas que passaram, apenas de quem eu era. De como eu lidava com as coisas, de como eu era mais determinada e menos enfraquecida. Antes eu sabia o que queria sem pingos de dúvida, hoje eu vejo onde dará...Provável que isso seja o nível de estresse, eu fico um tanto desligada de mim, mais seca e fria com as pessoas. Mas eu sinto, continuo sentindo. E amo intensamente, mas com estresses. hahahaha.



Mi bebe, mamãe te quer, te espera, te deseja tanto que o estresse a consome cada dia mais. ;*


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